Nascido em River Edge, Nova
Jersey, Pascal Campion começou a desenhar desde muito pequeno. Não foi à toa
que, profissionalmente, enveredou-se pelas artes. Entre todas as
possibilidades, foi na arte digital que mais se encontrou e aperfeiçoou. Sua
lista de clientes inclui: Dreamworks Animation, Paramount Pictures, Disney TV,
Cartoon Network, entre outros. Suas produções sempre foram rápidas e isso
ajudou Pascal a prosperar. Seu projeto “Esboço do dia”, por exemplo – como o
próprio nome indica, todo dia ele cria um novo esboço, embora colorido – lhe
rendeu um portfólio imenso e números crescentes de seguidores nas redes
sociais. Em seus trabalhos é possível ver como o dia a dia e sua família são
fortes inspirações para ele, sendo a sua marca.
Obras, devaneios e reflexões...
Jogar-se, mergulhar de cabeça.
A primeira obra mostra isso sendo feito em conjunto, trazendo a ideia de
abrir-se com o outro, ser inteiro, mostrar suas vulnerabilidades e, portanto,
criar conexões fortes que não nos deixam “no escuro” (inseguros, reprimidos) em
relação ao outro, mas sim nos dá abertura para expressar nossa autenticidade,
para mostrar (tornar visível, claro – a lua na noite) os nossos defeitos e
qualidades sem medo. Na segunda obra, entretanto, é sozinho, representando os
mergulhos em nós mesmos, a necessidade de nos autoconhecer, enfrentar nossas
questões das mais superficiais às mais profundas (ao mergulhar vamos do raso
para o fundo) para entender quem somos, quais são os nossos limites, o que nos
faz bem e o que nos faz mal. Apenas nos autoconhecendo adquirimos a consciência
sobre os rumos que queremos tomar em nossas vidas e podemos expressar essa
autenticidade abordada na primeira obra.
Não dá para mudar enquanto
você não quiser. Os passos necessários para evoluir (subir a escada) e sair de
uma situação de sombra (confuso, com medo, sem rumo) para uma de iluminação (os
tons de azul e amarelo indicando tranquilidade, serenidade, alegria e otimismo)
só podem ser dados por você. É uma questão de ter coragem, de encarar de frente.
A personagem já está voltada para o caminho que a levará ao encontro da sua luz
pessoal (o que a faz bem, o que a faz ser por inteiro, o que quer para si),
agora, basta que ela dê os passos para chegar lá.
Sobre permitir-se sentir,
estar presente, aberto a encarar as emoções de cabeça erguida. Sem esconder,
sem sufocar e, portanto, aprendendo a lidar com elas.
Mais uma vez a representação
de uma escada. Aqui, no entanto, ao invés de voltada para os degraus que faltam
para chegar ao topo, a persona encontra-se sentada nela, em estado
observacional, contemplativo. Se a vida é como uma escada, às vezes a gente
sobe (passa por momentos bons), às vezes a gente desce (passa por momentos
ruins) e às vezes a gente para. Para pra respirar, pensar, olhar em volta e
perceber em que patamar está. O quanto já percorreu? Valeu a pena? Para onde
vai agora? É o momento de se autoanalisar, de equilibrar-se conscientemente e
não apenas oscilando entre os altos e baixos. As pausas também são necessárias
na vida, fazem parte de amadurecer, do processo de autoconhecer-se.
É nos momentos mais difíceis
que descobrimos quem realmente está do nosso lado, quem nos quer bem. Os
relacionamentos que vivem mesmo após as dificuldades são os mais fortes, pois é
fácil estar com o outro na felicidade, mas é duradouro quando se quer estar nas
dores também (não no sentido de gostar de sentir dor ou ver o outro sofrer, mas de fazer companhia, não abandonar, fornecer apoio e conforto para que a pessoa crie força e saia de seja lá qual for a situação difícil pela qual estiver passando). Relacionamentos sinceros não menosprezam a vulnerabilidade do
outro, e sim consideram, compreendem e ajudam. E, claro, lembrando aqui: isso tudo tem que ser mútuo, não basta um querer ajudar, o outro também tem que querer ser ajudado, toda relação é uma via de mão dupla! Certa vez, escrevi:
”No fundo,
Estamos
todos sozinhos.
Ter
pessoas querendo fazer parte
Da
nossa solidão
E
querer fazer parte das delas
É o
que torna tudo mais tranquilo:
É
como fazemos amigos.”
Faz-se arte em silêncio, para
si mesmo, pela necessidade de criar, de se expressar. Mostra-se arte, porque
ela pode ser abrigo (conforto, identificação) para quem vai apreciar. Essa obra me lembra uma preciosa lição que o incrível Stephen King passa em seu
livro Sobre a escrita: “Escreva com a porta fechada, reescreva com a porta
aberta”. Faça sua arte, deixa a criatividade voar livre, deixa sair o que
precisa ser expelido em sua forma mais pura, sem interferências, mantendo a
essência. Antes de lapidada, interpretada, a arte precisa ser criada. É como
uma vida, precisa nascer para poder crescer e se moldar com as experiências.
São os pequenos gestos de
cuidado, consideração, parceria, são as pequenas conversas, os carinhos e as brincadeiras trocadas no dia a dia que sustentam boas relações. É o querer bem,
estar presente, ter atenção em relação ao outro. O amor se fortifica de pouco
em pouco, tijolo por tijolo, com cuidado e esforço. No fundo, são esses
pequenos prazeres da vida cotidiana, esses momentos simples, mas extremamente
significativos que pesam, fazem toda a diferença, nas relações.
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